Distinção internacional para neurocientista português que estuda o cérebro.
É dos prémios internacionais mais cobiçados pelos neurocientistas de todo o mundo e quem o leva hoje para casa é Rui Costa, numa cerimónia no Instituto de Neurociências da Holanda (NIN), em Amsterdam. António Damásio foi o outro português que também já recebeu a medalha.
Tem sido um longo caminho de estudo para tentar perceber esta nossa capacidade de mudar o mundo. Criamos máquinas, edifícios, automóveis velozes, mas como se inicia uma ação de forma espontânea? O que a determina e como a repetimos? Como ganhamos uma capacidade que foi aprendida, embora pareça inata? Tem sido, de facto, um longo caminho a descobrir o porquê de haver pessoas que não conseguem iniciar ações espontâneas, como os doentes de Parkinson. Mas a persistência de Rui Costa está a dar frutos.
O investigador principal na Fundação Champalimaud é hoje distinguido com a Medalha Ariëns Kappers pelo seu trabalho ao nível do controlo dos movimentos voluntários – que pode conduzir a novas terapias em doenças como a de Parkinson, Huntington ou Síndrome de Tourette. Uma distinção bem merecida, segundo o Instituto de Neurociências da Holanda (NIN), entusiasmado com o trabalho seminal sobre o controlo dos movimentos desenvolvido por Rui Costa. Em concreto, explica, o cientista português «descobriu mecanismos essenciais nos gânglios da base [uma área do cérebro], que são responsáveis pelo controlo da iniciação e das sequências de movimentos voluntários».
Um ponto comum a todas as doenças que afetam estes gânglios da base – doença de Parkinson, de Huntington, síndrome de Tourette (a chamada “doença dos tiques”) e outras – é o facto de os doentes não conseguirem controlar os seus movimentos. «A investigação fundamental de Rui Costa fornece justamente uma base para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas contra doenças como a Parkinson, as perturbações do espetro do autismo e as perturbações obsessivo-compulsivas», esclarece o NIN.
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